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sábado, 22 de junho de 2024
hoje é o tempo
Aqui é o lugar
hoje é o tempo
futuro presente
que não passa.
Incógnita cidade
a navegar
em remoinho de luz.
Marília Gonçalves
Lisboa Mar Largo
Lisboa Mar Largo
Lisboa Mar Largo
Lisboa Lisboa
Mulher do afago
Que o vento apregoa
Mulher e cidade
Menina Lisboa.
Menina cidade
Do novo Rossio
Esquecer-te
Quem há-de
Cidade navio
Se tua saudade
Queima até o frio
Cidade cidade
Sempre com seu Rio.
Cidade Mar Largo
Nova descoberta
Teu nome é afago
Na rua deserta
Cidade cidade
Cidade a nascer
No verso que largo
A quem o quiser
Cidade cidade
Minha irmã mulher.
Marília Gonçalves.
Voa meu olhar, aprende a ver!
Voa meu olhar sobre a cidade
Percorre cada beco, cada rua
Mas vê-a sem os olhos da saudade
Olha pra ela, altiva, agreste ou nua
Olha a cidade e olha sem pudor
Porque é o sentimento que te manda
Fazer ouvir a voz do que é amor
A debruçar-me em si como varanda.
Voa meu olhar, mesmo que doa
Porque a cidade é mulher
E grito que nela soa
Como criança a nascer,
É a verdade que entoa
Tudo o que tem por dizer.
Voa meu olhar, mesmo que doa
Voa meu olhar, aprende a ver!
Marília Gonçalves




