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sexta-feira, 7 de junho de 2024

sóis nocturnos

 

Apoiam-se um as outro

Estão felizes assim

olhos de potro 

a comer paisagem.

Não há tempestade

nem há sóis nocturnos

apenas saudade

inventos de mundo

do que é Poesia..

 

 Marília Gonçalves  

 


 

 

noites

 

O sonho de quem está vivo

ver a aragem nos olhos 

a ondular a paisagem

a criar vozes diurnas

ou febris noites de amor.

Elevar ao cimo a vida

à transparência da cor.

 

Marília Gonçalves  

 


 

 

 

 

Quem sou eu?

 

Parei a olhar a vida

colhi flores de solidão

sementeira preenchida

de tanto ser coração.

No espanto que me ganhava

crescia minha memória...

paisagem que me habitava

em país sem ter história.

Quem sou eu? D’aonde venho

qual o futuro caminho

no tempo com o tamanho

duma mortalha de linho.

 

Marília Gonçalves 

 


 



vindima

 

Voltei atrás era tempo 

de colheitas e vindima

andei nos braços do vento

e fui encontrar-me acima

do que podia alcançar...

ficam versos nesta rima 

em poesia do mar.

Em tudo apenas paisagem

mesmo entre a vontade humana

continuei na viagem

nesta procura que engana

minha dor,

que é a coragem

de erguer-me a chorar na lama.

Marília Gonçalves

 


trovas de poetas.

 

 

 

Ó meu amor meu amor

ó clara manhã d’estio

ao espraiar a minha dor

nas margens verdes do rio.


Ó murmúrio das águas

risadas irrequietas

adormecem minhas mágoas

meigas trovas de poetas.


Ó manhã calma, harmonia

do meu sonho a despertar

ó vozes da alegria

a viver para o olhar.

 

Marília Gonçalves

 


 

 


Ó meu amor meu amor

ó clara manhã d’estio

ao espraiar a minha dor

nas margens verdes do rio.


Ó murmúrio das águas

risadas irrequietas

adormecem minhas mágoas

meigas trovas de poetas.


Ó manhã calma, harmonia

do meu sonho a despertar

ó vozes da alegria

a viver para o olhar.