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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Gazela

 

Gazela
 
Gazela na noite baça
esconde teu corpo na moita
enquanto a sombra que passa
ar fareja à tua volta.
Gazela que tão de manso
vens do fundo do caminho
a avançar sem descanso
como velas de moinho.
Gazela da inocência
a pisar a erva apenas
os olhos da inclemência
mordem as noites serenas.
Pudesses ter tu também
cruel força de viver
não haveria ninguém
que te pudesse vencer.
Mas a tua mansidão
a tua serenidade
são as armas que virão
voltar-se contra a bondade.
 
 
Marilia Gonçalves




 

Palavras de Água

 

Palavras de Água
 
Sou eu que a mim própria devo
o respeito e o enlevo
para dar ternura ao dia
e o sentido à palavra.
sei que sou além de mim
rima ave ou uma flor
que faz poemas sem fim
como se fizesse amor.