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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

PAZ

 

Há no arvoredo

o timbre do medo

velho secular.

atravessou história

dentro da memória

ficou a pairar.

 

Do tempo profundo

na sombra do mundo

apenas segredo

o homem escondido

escutava o bramido

do mar no fraguedo.

 

Milénios passaram

paisagens mudaram

o homem sofria

estendendo prós céus

os braços a deus

que não respondia.

 

No dia presente

como antigamente

a humanidade

não quer ver em si...

chora, canta, ri

sem fraternidade.

 

Na mente saudosa

esfolhando uma rosa

não olha o futuro

mas tem entre mãos

o mundo de irmãos

a brilhar no escuro.

 

Até que por fim

brotará de nós

de ti e de mim

o som grandioso

a Paz, terra em gozo

a terra um jardim.

O jardim formoso.

 

               Marília Gonçalves

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