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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

palavras mortas

 

Na noite nascer a noite

a mais total escuridão

com todo o mal que se acoite

preso aos dedos duma mão.

 

Olhos nunca rasgados

recusa forte de olhar

por onde correm gelados

um rio imenso ou o mar.

 

Onde no gesto negado

а não arrancada língua

há sons sempre sufocados

palavras mortas à míngua.

 

Erguidos em pesadelos

gestos de frio ou de horror

que nos põem nos cabelos

a sombra, vozes, a cor.

 

Marilia Gonçalves

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