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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

ninguém sabe tanger

 

Meu sonho antiga balada

perdida composição

ficou-me no pó da estrada

esquecida em meu coração.

Nem a luz da alvorada

veio depô-la em minha mão.


Tinha timbre de oceano

na cor azul do trigal

em vagas de desengano

espraiando no areal

minha vida ano após ano

areia, pó, afinal.


Em som grave a procurei

uma citara a tangia

porque caminhos andei

que nem ao longe a ouvia?

Na voz que tinha chorei

mas nada ma devolvia.


Oh minha balada antiga

meu terno sonho de infante.

Não há palavra que diga

a voz pura que te cante.

Oh velha balada antiga

lembrando o dia distante.


Nunca tornarás a ser!

Como eu de mim me perdi...

mais ninguém sabe tanger

o que só eu aprendi.

Tanto a vida faz doer 

que nem tão pouco a vivi.

 

Marília Gonçalves  




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