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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Despertam Outonos





Despertam Outonos nos dias e dentro de mim, andam a varrer-me a memória dos olhos, a levarem os restos de sol

para trás das penedias da imaginação, para ultrapassar a fronteira do tempo só o talento de alpinista, ou de poeta, o que seja dito, não está ao alcance de todos, por tal me surpreendo a tentar em mim, escalada a que não sei chegar, que humana sou, pois sou, tinham alguma dúvida, eu não, ora essa sempre está muito boa, o que é também bom sinal, quando tudo está bem não há quem se queixe, o pior vem a ser quando estando tudo na mesma como a lesma, não se ouve pio, aí então é que temos o caldo entornado, por falta de medidas adequadas, que isto de se falar, é uma grande coisa, que se calhar, até foi para isso que nascemos com língua, embora possa até haver quem pense que era por causa dos sorvetes, e isto tudo por causa de quem, ora não me quererão dizer, por causa dos jornalistas pois está claro, eles é que não cumpriram com a sua função informativa e esclarecedora, eles é que deviam de trazer as pessoas informadas, sobre a apropriada utilização da dita cuja, que se todos soubessem bem, aprendiam a dobrar, quando faz falta e a usar noutras alturas como manda a lei ou não, visto que nem sempre a lei aprecia a loquacidade de cada um, principalmente se este um é colectivo, mas desta maneira, lá nos vão pesando os silêncios enquanto a outros vai pesando nosso palavrório sobre alheia vida, o que afinal nem nos leva a parte nenhuma pois que para tal arte, sem ofensa, se actua quase sempre nas costas do interessado que não chega deste modo a aproveitar o nosso espírito crítico e generoso, pois que a nossa pretensão era apenas ajudar a transformar a sociedade e as mentalidades, que é sempre coisa difícil de conseguir, por ser sempre obra incompleta, como as tais de Santa Engrácia, mas os atingidos é que quase sempre não acham graça nenhuma, vai daí senão quando, aí estamos nós, metidos numa história inútil, quando tínhamos tanta coisa a fazer, e sempre tudo por causa dos mesmos, como se disse, e não escreveram tudo o que deviam, como a esperança, que é a melhor escola que nós sempre podemos ter, que nos ajuda a andar como se tivéssemos sapatos palmilhados de novo, o quê, já não se usa, pois devia, que sempre era mais um oficio que se não perdia e saber consertar é obra de valor, agora todos temos que fazer o mesmo caminho, só alta escola, mas se não temos mais sapateiros, com tanto andar, quem dianho pode ganhar só para sapato novo, então e os livros, sim, que se houvesse quem fizesse economias de um lado, já havia de sobrar para a cultura, mesmo para a de quem trabalha, que trabalhar nunca foi vergonha e que até era mais interessante, se os pastores pelos campos, soubessem compor, aí então até a música era outra, com tal fonte de inspiração à solta, na natureza, é tudo uma questão de olhar, pois de olhos estamos bem necessitados, mas bem abertos mesmo, que é para não deixar passar nada, sem que nos sirva de lição


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