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terça-feira, 3 de setembro de 2024

quando

 

Luminosamente quando

a tua voz me invadir

como estrela que gritando

foi a luz que fez surgir

quando ao som da tua voz

o meu corpo for só teu

há-de surgir entre nós

cada  som que emudeceu.


Quando às tuas mãos abertas

o meu corpo responder

quando forem quase certas

as horas de amanhecer.

Quando meus lábios enfim

poisarem vivos nos teus

nascerá entoa em mim

talvez a crença num deus.


Quando meu corpo abraçado

ao gesto másculo teu

o meu olhar inundado

do espasmo pra que viveu

quando me encontrar perdida

no escuro da tua pele

hei-de render-me vencida

a ti, meu amor, aquele

que atravessou os caminhos

desde há milénios traçados

doce gorjeio de ninhos

verdes abundantes prados...

pra nossos corpos sozinhos

não serem ultrapassados.


História a escrever no caminho

dois amantes enlaçados.



Marilia Gonçalves

 

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