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sábado, 7 de setembro de 2024

Porquê

 

Limos nascem-me nos olhos

algas crescem-me na mão

meu corpo em forma d’escolhos

em ondas de coração.


Num abismo de água escura

entrei e não percebi

nele deixei a ternura

como sol que não mais vi.


Investi a própria treva

perdi o meu olhar puro

só sombra, sombra me leva

roubando o dia futuro.


Quis afastar-me ir embora

ainda a querer prender a vida

mas só a dor se demora

alheia à força perdida.


Porquê? Qual foi a razão

que levou o que não tinha?

Estrangulaste em tua mão

o meu voo de andorinha.

 

 

 

 


 

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