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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

porque se vive

 

 

A sombra atraiçoa a vida
Encobre sua razão
Ao seguir indefinida
Entre outras que também são
A mesma causa perdida
De não saber aonde vão.

Decifro minha procura
Com o olhar oblíquo
A desvendar a lonjura
Entre o gesto conseguido
E o engano latente
Que espera concretizar
O desfolhar da semente
em perfume de alto-mar.

Só  por tanto me condeno
À procura do limite
Com que o olhar enveneno
No relance que medito
Sei que a procura é difícil
Como gerar o poema
Quando nos falta o alcance
Do desvendar de dilema.

Mas saber porque se vive
Qual nossa finalidade,
Não porque se sobrevive,
Obriga a ser de verdade.
A pôr ideias em forma
Dar-lhes o jeito preciso
Pra que transponham a norma
Do urgente e do conciso.

 

 

                    Marília Gonçalves  

 


 

 




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