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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

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Devolvi à estrada 

ao pó dos caminhos

da cinza do nada

voam passarinhos.

à serra voltaste

com a voz da rua

que em alma lavraste.

Dei-te ao que era teu

devolvi-te à vida

a terra acolheu

a forma esquecida.

surgiste de novo

nas casas velhinhas

a rir para o povo

aos figos às vinhas.

Escuta-se teu riso

abrindo montanhas

como paraíso

de tuas entranhas.

Voltaste a ser tu

no teu eu menino

há um país nu

de esteva, de espinho.

Voltaste ao país

teu eterno amante

tornaste à raiz

da história distante.

 

 Marilia Gonçalves

 



 


     

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