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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Menina do tempo antigo

 

Menina do tempo antigo
Que não voltas nunca mais
Queimaram teu terno abrigo
Que era a casa de teus pais.
Quando se vias o perigo
Mais trinavam os teus ais.
Menina do olhar doce
De mãos feitas de ternura
A vida a escoar te trouxe
A escrita contra a agrura.
Tiveste sorte menina
Porque a dor que te impuseram
Soubeste a quem a devias
Assim seguiste vogando
Por versos onde despias
Lágrimas sede espraiando
A história que te escrevia.
Andas longe de teu cais
Teu barco por inventar
Vai escorrendo poesia
Na maresia do mar.
Assim mais bela que ódio
Foi a estrada da justiça
Onde prosseguia em bando
A tua voz insubmissa.
És tu que em ti te levantas
Tu que escreves Poesia
E que na tua dor cantas
O dealbar doutro dia.
 
Marilia Gonçalves

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