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sábado, 7 de setembro de 2024

janelas a abrir-se pró futuro.





A Natália era minha colega de liceu. Admirava-a

porque era excelente desenhadora.

A Natália era menina de família distante e era tal como as irmãs

educada pelos padrinhos. Era calma, tranquila.

Mas quando desenhava transfigurava-se para ter alegre riso comunicativo.

Nunca mais soube nada dela.

Recordações entre as melhores da época. Amizade entre duas crianças

em que uma falava de desenho a outra de poesia. Amizade diferente

num estranho respeito que sentíamos uma pela outra. recordações da Amadora,

do externato Alexandre Herculano, tantos anos depois.

Saudade no tempo ou de mim.



Abrem-se janelas nos meus olhos

sucedem ao dia azul de outrora

entre cores tão luminosas

perdidas no tempo até agora.


Janelas cor da vida minha intensa

esvaídas na luz aberta em mim

sons plangentes, força adolescência

janelas e janelas sem ter fim.


Janelas que me trazem ao passado

passado que hoje sou

janelas desse tempo descuidado

janelas a abrir-se pró futuro.


Janelas de acalmia, não ainda

a vida corre célere palpita

há em mim vendavais de vida

a abrir mais janelas coloridas.


Marília Gonçalves











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