Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Jacarandás desenhavam memória insatisfeita

 Jacarandás desenhavam memória insatisfeita

 

 

Jacarandás desenhavam memória insatisfeita.
 Suspeita de oceano em calmaria ou braços de laguna.
O céu azul esmaecera até ao ressurgir caiado da cidade.
Jardim no centro de encontros no tempo realizável.
A mesa permanece frente à doca.
Fácil sentar à imaginação amigos ou conhecidos de outrora.
Teriam passado anos? A lembrança trazia até ao cheiro
 da maresia os mesmos traços fisionómicos. 
Não o tempo não havia mudado.
Surgiam as mesmas conversas sobre a arte 
a política da história da cidade. Entre amigos. 
Amigos nas lágrimas do presente em aceno de solidão. 
Que solidão? se à mesa estão presentes todos os que
 estavam dantes. E em redor da mesa o bulício. 
A cidade perfumada de Verão com instinto de mar. 
A confundir o oceano da saudade, 
distante e tão presente.
Risos de pequenada nos balouços. Décadas de riso, 
ininterrupto. Crianças a girar vida sempre.
Amigo critica rima de poeta romântica e rebelde.
Olhos esvoaçam na copa das árvores onde 
pássaros confundem sonhos com os de poetas e de crianças.
Faro a despertar na noite em que adormece o 
grito amarelo do sol.
Mas no futuro presentes, nós sabemos que filhos
 de nossos filhos, virão contemplar em nova mesa, mesmos tons de poente a despertar em nos.
Inesquecível Ria. Formosa. Assim te chamarão
 todos os tempos. O eco da nossa voz em volta da mesa rodopiará no amor de ti.
 
Marília Gonçalves. 
 
 
 Jardim manuel bivar hi-res stock photography and images - Alamy
 
 



 

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação