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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

fronteiras de medo

 

Salto fronteiras de medo

vou à procura de mim.

Amanhece é ainda cedo

e por entre o arvoredo

há uma historia sem fim.


As mais altas serranias 

ou ao mar ao mais profundo

dei a força dos meus dias

mas nunca nunca vencias

o que em mim trago do mundo.


Percorri grandes cidades

mesmo a mais pequena aldeia

no lodo colhi saudades

encontrei meias verdades 

num charco da lua-cheia.


Mas esta poldra bravia 

que eu sou quando quero ser

à leve aragem tremia

e quando findava o dia

escondia-se para não ser.


Entre ramagens perdida

eu era também paisagem

na procura repetida

 de quem tem fome da vida

a ver findar a viagem.

 

 

  Marilia  Gonçalves







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