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domingo, 1 de setembro de 2024

Bebo a luz,

 

Bebo a luz, a luz inteira

é imensa a triste sede

que me fez desta maneira

ser relógio de parede

sem o ritmo o compasso

os dias passam iguais

corpo invisível no espaço

sorvendo espaços iguais

mas nunca a sede se acalma

e vou escrevendo poemas

a procurar a vontade

parindo manhãs serenas

e quando uma estrela faz

seu adeus  universal

em vez de beber- lhe a paz

bebo a sua luz final. 

 

    Marília Gonçalves 




 

 

 

 

 


 

 


 

 


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