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domingo, 8 de setembro de 2024

Ao Pedro, meu filho

 

  Ao  Pedro, meu filho





   A guitarra alongava-lhe as mãos em gesto musical.

Adivinhavam-se pautas no olhar onde empalideciam

tons de Outono. Súbito vivificavam-se notas, a colorir

o ar no perfume de vida.

   No vibrar das cordas e acordes percebia-se para além

da técnica do executante, o enlevo de alma, a sensibilidade desenvolvida ano após ano, decerto desde o berço.

     Adivinhava-se figura de jovem mulher diante do filho 

recém-nascido. Vestido de branco, sorria rosado ao desvelo da mãe.

   Interior de noites translúcidas e serenas dos meses primeiros da vida.

    Aonde a guitarra?



 

 


 

                                     



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