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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ANOITECER NA RIA

 ANOITECER NA RIA


Desfaz-se o luar a Ria
em fios de prata a boiar
mil estrelas a naufragar
quando chega o fim do dia.

Nessa pálida harmonia
bailados da luz poente
cintilam suavemente...
murmúrios d’água, segredos
falas antigas e medos
vogam também na corrente.

Este poema foi dito por mim em 1984, num Encontro de Poetas, no Hotel Eva em Faro, nos anos que seguiram, o Encontro de Poetas, teve lugar no Museu de Arqueologia de Faro.
Num encontro em 85, presenciei a
presenciei a cena emocionante, de ver aparecer por detrás dos Poetas e da Mesa, onde se encontravam os organizadores, o Doutor Emílio Campos Coroa, Director do Grupo de Teatro Letes de Faro, que vinha amparado pela nora, despedir-se dos Poetas, para sempre, como se impulsionada por mola, levantei-me quase febril, a aclamar tão grande Homem da Cultura Farense. Claro que os outros Poetas fizeram o mesmo.
O Doutor Coroa, faleceu pouco depois.
Quando fiz parte da Direcção do Circulo Cultural do Algarve, um Amigo, já desaparecido também, o Gilberto Santos, levou-nos ao Rui e a mim a Casa do Doutor Coroa,fiquei sem voz, impressionada, muito bem impressionada, estávamos ainda no fascismo, ao entrar, vi jovens, instalados por todo o lado, e no chão ao lado dos jovens havia livros e discos sem fim.
Saí, feliz, se a noite estava fria, nem dei por isso. Era Inverno.

Marilia Gonçalves

 


 

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