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domingo, 14 de julho de 2024

NATAL os dias continuam como dantes!

 O Natal aproxima-se do frio.
Na rua iluminada de amarelo
há verdes candeeiros no caminho.
Dezembro tem perfume regelado
a subir das mãos para as narinas.
Nas montras do consumo,
inanimados e nos tornam sem ânimo
despertos
avolumam-se sonhos embrulhados
na aterradora história dos castelos.
O invento do sonho estranha força
a nascer talvez rentinho à pele.
É Natal por colectiva decisão
de excepção, de exclusão, de abandono.
Natal pelo campo pela cidade.
Dezembro vestido de ilusão
dia que se esquece noutro dia.
Uma pomba caída rente ao chão
como o poeta morre em poesia.
Dezembro nos membros regelados
dos que não vestem bem
nem estão há moda
o Natal não é pra quem não tem
trabalho nem família
(a ordem da carência não importa).

É Natal no sonho imaginado
impossibilidade dos instantes.
O calendário dorme abandonado
os dias continuam como dantes!

Marília Gonçalves
   



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