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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Não vou Dizer de Abril o que foi Dito

 




Não vou Dizer de Abril o que foi Dito



Não vou dizer de Abril o que foi dito

Nem dos cravos direi o que serão

Que foi a Liberdade e é Infinito

E é perfume a pétalas de pão.


Não vou dizer de Abril o que Abril sabe

Nem dos Homens de Abril digo quem são:

Uma explosão da luz que o sonho invade

E transforma as ruas em canção.


Não vou dizer de Abril (faltam fonemas)

que Abril teve um só nome: Portugal

dizer que se rasgaram as algemas

é ficar muito aquém de quantas penas

findaram num país de sangue e sal.


Não vou dizer de Abril quanta tortura

O povo viu ceder nesse arraial

Quando se ouviu cantar quem mais ordena

São os filhos do povo em Portugal!


Não vou dizer de Abril de ideia aberta

Que esse céu mais azul, Abril o fez

Que cada encontro era uma descoberta

E renascia o povo português.



Não vou dizer de Abril cada fronteira

Esboroada no longe, na distância

nem que ali começava a terra inteira

e que o Mundo estava na Infância.


Abril começava o novo verbo

Articular de mãos gesto fraterno

Como voz infantil que num caderno

Escreve a frase final:

Fim do Inverno!

 

Marília Gonçalves

 


 




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