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quarta-feira, 10 de julho de 2024

EMIGRA A FOME

 

Vindas de tempo distante

quando sol amanhecia

Gargalhavam as manhãs…

como uma fotografia

ficou esse testemunho

Daquela estrada exilada

onde chiaram carroças 

as casas à beira tempo

na história estavam paradas.


Mas a vida prosseguia

nos seus afãs campesinos

na diferença entre estações

nos perfumes desiguais

de cada falta que havia

em cada rosto expressões

da fome que os invadia.


Como eram longos os dias

de trabalho repetido

com arcas de pão vazias

dias de vento e ruído

ou velhas arcas de sal

que guardavam desde o verão

magras petingas que ao pão

num ténue gosto de verão

eram quinhão repartido

por entre sopas fervidas.


Uma vida tão esforçada

na espera da estação quente

por mais uns quilos de vida.

Meu País e minha Gente

 

 

Marilia Gonçalves

 

 


 

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