Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

terça-feira, 30 de julho de 2024

ACUSAR

                  ACUSAR

Sinto na hora que chega

a negra  deusa que vem

com força se me apega

num sono que sabe bem.


Sinto-a envolver-me nos braços

cadavéricos gelados

apertando mais os laços

que estes que só vi quebrados.


Apertando-os de tal jeito

de tal forma, com paixão

que sinto gelar-me o peito

preso já na sua mão.


Hoje na despedida

sem ninguém que me socorra

digo adeus à minha vida

como a rio que à pressa corra

  e ninguém pode deter

ou tem força pra travar...

a água tem de correr

depois do dique estoirar.

Por isso na minha voz 

a seguir-me sempre honesta

deste crime, acuso, vós

a viver de sangue, festa.


Vós a viver de mentiras

a viver de falsidade

a ti que o amor me tiras

a ti pelas tuas vaidades.


A ti pelo  pão que roubaste,

pelo livro que nunca li...

que em pequena mo fechaste

a ti, a ti, a ti!


Com consciência como eu

que atropelada também

só odiei quem mordeu

sem mal querer a mais ninguém.


Nesta minha acusação

feita à nossa sociedade

possam encontrar lição

detendo-vos na maldade...

evite a outros como eu

dor e rasgões sem ter par...

pensa, podes hesitar...


O mundo não é só teu

A vida é feita p’ra amar!



M.G.



Que haverá em mim que me angustia

Que dor é esta que peito me oprime

no silêncio que voz balbucia

será dum monstro 

De que crime?


O meu crime é sentir perdidamente

é arrastar a fonte d’emoção

em surdina a jorrar continuamente

a voz da minha mão




Para além de amor que se insinua

o sentir nada é só ilusão.

depressa nosso corpo esquece rima

de poema nascido em nossa mão.



s

 


 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação