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terça-feira, 4 de junho de 2024

O verde dos vinhedos coloria-me o vestido

 

A cal escorria-me dos olhos azuis de 

tanto céu e transformava-se 

em manchas doiradas ao poisar no chão. 

O verde dos vinhedos 

coloria-me o vestido e mesmo as mãos lembravam 

acenos da paisagem.

 A terra tisnada num reflexo de tempo, de sol, 

abria-se à procura de ar 

ou de água que mais abaixo murmurava suave. 

Ribeiro, não,não era.

 Antes uma fita ondulante e musical a refrescar a tarde,
rasgada apenas pelo som das cigarras. Pássaros não os havia

 àquela hora de calor. Perto da pequena nascente 

o zumbido atordoante

 das abelhas, numa reminiscência de mel.


Foi há muitos anos, tão longe daqui. Quase duvido ter sido eu

 a presenciar tal imagem da vida.


Não uso vestido rodado nem rodopio a cantar, 

mas sei que dentro de mim existe ainda,

 embora não saiba bem onde,

 essa que nos dias meninos olhou e viu.

 

 

 


 

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