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terça-feira, 11 de junho de 2024

máscara

 

De quem essa ronda de gestos disformes

ossos que chocalham, as bocas enormes

em tão franco riso que eu outro não vi?

São os dançarinos da pálida morte

são os seus convivas são a sua corte 

que chama por ti.

Vem bailar connosco despe essa farpela 

diz-nos com franqueza se alguma aguarela 

a nós se igualou em risos em cor?  

Despe o falso aspecto que esconde teu fundo 

vem rir vem cantar, deixa esse mundo 

que cobre um sorriso com prantos e dor!

Há muito despimos a máscara horrenda

da hipocrisia delicada renda

tecida pela vida em loura ilusão

na morte encontrámos uma voz sincera

não esconde quem? 

nem que a vida era

a pele da traição.

   


 

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