Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

sexta-feira, 24 de maio de 2024

AO MEU PAI Último Abismo

 

AO MEU PAI


         Último Abismo



Que voz é esta que o silêncio habita

que nos sufoca, nos prende a vontade

que vozes soam na nossa alma aflita

entre o segundo e a eternidade?



À beira do abismo impenetrável

quando se cala o brilho dum olhar

cambaleantes sobre o insondável

nós olhamos, olhamos, sem conseguir pensar.



Em nosso semblante a transparência finda

a cor da parca imunda penetra-nos a face

ou é o silêncio que nos habita ainda...



E nenhum grito há que nos liberte

nem palavras nem prantos nem sorrisos

ante a verdade gélida e inerte.



Marília Gonçalves 

 



 

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação