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terça-feira, 30 de abril de 2024

1° de Maio Marília Gonçalves

 

1° de Maio Dia do Trabalhador,

1° de Maio de tanto desempregado

1° de Maio de teu sangue e do suor

pelo teu pão ganho a custo e tão contado

1° de Maio  de Alentejos de searas

Marinhas  Grandes de batalhas contra os Párias

desse Maio que vai de Norte a Sul

 negrume imundo  que cobre o céu azul


1° de Maio de ceifeiras, pescadores

dos operários fabris de cansaço e dissabores

1° de Maio para o povo português

que se desperta, vai ser Maio todo o mês!

1° de Maio quando a mesa do ricaço

ostenta o luxo que é fruto do teu cansaço

1° de Maio que renasce cada ano

entre promessas e mentiras e engano


1° de Maio é tempo de despertar

o  pão que é teu e que falta amadurar

1° de Maio de colheitas por fazer

do teu suor que não pára de correr


 Outros festejam entre risos, rendas, vinho

faltas herdadas desde há muito em teu caminho

hoje é o dia de te ergueres contra a desgraça

 é bem maior do que o medo e a ameaça

Hoje é o Maio de sangue de Catarina

essa Mulher que foi mãe e heroína

Ondas de sal que inundaram a campina

e desse mar de labutas luto e dores

triste quinhão da vida dos pescadores


Hoje é o Maio dos artistas operários

que erguem o mundo contra ventos que contrários

levam as casas e lhes deixam por abrigo

casas ao vento onde o mês é inimigo

de longos dias a contar o mês sem fim

enquanto ricos vivem sempre no festim!


Pois se hoje é Maio vamos todos despertar

todos nós temos direito de sonhar

porque o trabalho foi regado com suor

que a alegria seja a paga do labor

o sofrimento não nos serve de salário

queremos que Abriil volte ao nosso calendário

 não queremos leis dum poder que é arbitrário

Queremos Abril 25 a escrever o   nosso erário

 e que o Mundo se retorne  em seu contrário


Marília Gonçalves




quinta-feira, 25 de abril de 2024

Abril, Abril que precisa Teresa Veludo

 

Abril, Abril que precisa de ser renovado:
Hoje sou mais radical do que nunca
Hoje sou mais radical do que nunca.
No tempo em que entoava canções de luta,
de amor sem medida, sem falsas fronteiras,
os sonhos voavam em todos os pássaros
que sobrevoavam os dias pardos da cidade,
os encontros noturnos eram quentes abraços,
no silêncio furtivo das esquinas da bruma,
os amigos eram meninos puros, travessos,
que indómitos " carregavam água na peneira "
e eu sentia, sentia tanto a possibilidade de
colorir de azul a noite e mudar o mundo inteiro.
Hoje sou mais radical do que nunca.
Os pássaros já só debicam a terra húmida,
os sonhos são sombras translúcidas de medo,
os amigos morrendo de desgosto bem cedo
e eu tenho gritos trancados que doem no peito
e nas pernas de tanto caminho um cansaço tremendo.
Digo Palestina, Sahara, Iemen, Líbia...e choro,
choro doida de raiva nos poemas que escrevo,
esfrego esta dor perene com tinta espessa
e rasgo a garganta com a secura da mágoa.
Hoje sou mais radical do que nunca,
será que estou só a " carregar água na peneira " ?!
 
Teresa Veludo

O dia da mais bela Revolução-50 ANOS DE ABRIL

 

O dia da mais bela Revolução

Nasceu uma criança e era Abril
Nasceu talvez tão cedo e era tarde
nasceu quando era o mês das águas mil
no dia incendiado em Liberdade.

Nasceu duma promessa por fazer
Que estava por cumprir em cada olhar
Nasceu uma criança por haver
Nasceu uma criança pra sonhar.

Nasceu mas tão real, tão verdadeira
Que era o futuro ali à nossa mão
Onde afinal nascia a Terra inteira

Nascia uma criança e era o pão
E era a Luz a arder de tal maneira

O dia da mais bela Revolução.

 

 

 

 



E CHEGOU ABRIL

                 E CHEGOU ABRIL
            
              Meu coração de poeta
            nasceu em Lisboa um dia
            numa cidade secreta
            que há dentro da nostalgia.
            Foi feito de largos gestos
            de pais, de tios e de primos
            e de emprestados avós...
            E foi crescendo embalado
            por pregões que ainda havia
            nesse tempo ignorado
            que a Liberdade mordia.
            Meu coração de poeta
            que me deu voz muito cedo
            olhos e mãos e carícias
            ia soletrando medo
            no meu país de polícias.
            Mas coração de poeta
            tem asas e lesto voa
            pra de repente cair.
            Minha cidade Lisboa
            poeta do meu sentir.
            Calçadas, pedras e ruas
            Praça do Chile, Avenidas
            Arroios e seu mercado...
            desdobravam-se-te vidas
            no teu chão amordaçado.
            Mas Lisboa era Lisboa
            e um coração a nascer
            descobre que ainda voa
            mesmo se lhe faz doer.
            Voavam jornais dobrados
            pelas varandas adentro
            dos meus olhos que guardavam
            a poeira que em bailado
            estremecia na janela
            entre a luz do cortinado.
            Lisboa era muito mais
            era o Jardim Constantino
            onde bandos de pardais
            ensinavam o menino
            o ardina sem jornais.
            Mas ia muito mais longe
            Lisboa não acabava
            prolongava-se no mar
            nas corridas das varinas
            chinelas a dar a dar.
            Minha Lisboa de cegos
            tocadores de concertina
            ou de carros de morangos
            e de ciganas que às vezes
            passavam a ler a sina ...
            Minha Lisboa poeta
            nos meus olhos de menina!


                Marília Gonçalves




   

terça-feira, 23 de abril de 2024

ALEXANDRE-SIGNIFICA « Défenseur de l'humanité »

 Alexandre est dérivé du prénom grec Alexandros, qui signifie « Défenseur de l'humanité » ou « Qui repousse l'ennemi ».

Segundo nome de meu filho ALEXANDRE

nome de meu netto  ALEXANDRE

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