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domingo, 21 de janeiro de 2024

De Eros a Vénus

De Eros a Vénus

 

Se até interior pele é simpatia

se vertem água frutos de outra luz

se nasce em turbilhão a luz do dia

se os céus hoje  sangue eram azuis

 

Se as  mãos acenam gestos invisíveis

os olhos tocam paisagens nunca vistas

sobre colinas de formas indisíveis

tombando em corpos na febre das conquistas

 

Se o corpo traz a marca do levante

a perfurar o âmago do dia

a desfazer a hora deslumbrante

em que o vencedor ganhando, se rendia

 

Se houver nas bocas a espuma do combate

nos braços uma garra que detém

o dia entre laços de vazante

a ir sempre mais longe, mais além

 

Não procures respostas à pergunta

de quem quer perceber até ao dia

e vê apenas a gruta que te afunda

em fúria! Em temporais! Em poesia.

 


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