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sábado, 20 de janeiro de 2024

As minhas mãos velhinhas

 

As minhas mãos velhinhas
de tanto serem verdade
sao asa ondas marinhas
de tanto serem saudade.

sao nau, céu azul, sao remo
ante vaga assoladora
este arrepio em que tremo
das vagas fez-me pastora.

ao ver as vagas vencia
as águas dentro de mim
de cavadas e profundas
aves gritavam em mim

o mar carpindo levava
de lavado meu olhar
oceano que esgarçava
vozes em mim a chorar.
 
  Marília Gonçalves


 





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