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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

À voz da tua voz


À voz da tua voz desconhecida

perdi-me pela cidade

cada rua uma avenida

cada subida vontade.

 

Ouvi o som que marinho

alongava  meu olhar

ouvi-o ainda baixinho

nos meus olhos marulhar.

 

A cidade à luz erguida

movia-se crepitava

eu, prosseguia perdida

na tua voz viajava.

 

Vi praças e avenidas

largos jardins e pracetas

mantinham-se em luz escondida

minhas velhas tranças pretas.

 

Menina mulher ternura,

corro a cidade por ti

procuro o que em ti encontro

       mas juro

      não mais te vi.

 

                Marilia Gonçalves

 


 

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