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sábado, 6 de janeiro de 2024

A Poesia à espreita

  A  noite instalou-se na paisagem

Sobre ela ficarà por umas horas

Tu segues pela estrada qie desfila

A escuridão demora

Procuras Poesia

Também eu a procuro

Viveu semre a meu lado

Viveu dentro de mim

Pois ainda asssim

Apesar dessa luz

Que desperta a manhã até ao sol poente

Não sei dizer que é a Poesia

Exatamente.

 

Sei que por vezes há horas de colheita

E quando vou quase adormecer

A Poesia à espreita

Não me deixa anoitecer.

                                 

Sei que por vezes há instantes estelares

Onde sonho em fusão

Confunde Poeta e Poesia

 Abraça os dois

E sô nesse momento

Nesse preciso instante

A Poesia traz-me traços de amante

E um sorriso, num colar de lágrimas

E as folhas das árvores

E a seiva

Que lhe embebe a raiz

Começa a ditar pela noite fora

Seus passos de aprendiz

 

Róseos versos de aurora

A matinal menina

A que nunca envelhece

Mesmo quando o sol desaparece

Alheia à visão que me perturba

 Transfigura

A Poesia é clara

Durante a noite escura

 

E fico a contemplar o verso escrito

Como se pó de estrelas espelhando o infinito

Viesse a descair em linha recta

Sem saber mais

 Se a escrita ali nascida

É o sangue da vida

Ou seiva de poeta

E nessa confusão dos inventores

Como se ouvisse o rufo de tambores

A noite ali desperta

Não sabe mais quem escreve

Se o poeta ou se é a poesia

Que a fogo no poeta

Ali em casa

Grava fundo

Essa história secreta

Na maré que vaza

 

Marilia Gonçalves

 

 

 


 

 

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