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sábado, 23 de dezembro de 2023

Silêncio

 

Silêncio

Se eu tivesse que escrever a minha dor

O movimento universal parava

Não haveria mais um sol a pôr

A ovelhinha mansa que pastava

Fugiria a balir de tal horror

e minhas mãos em sangue se tornavam.

Se a minha dor contasse dias meses

Ao fundirem-se no correr dos anos

Com a minúcia com que os escrevesse

Secariam fontes, poços, oceanos.

Areais incandescentes de cristal

Geravam confusão entre ar e terra

a minha voz que é sempre Portugal

Ergueria um Evereste em cada guerra.

A abelha de luz que mel nos faz

Não saberia ver em cada flor

A suave harmonia que é a Paz

Nem distinguia o ódio do amor.

 

 Marilia Gonçalves


Histoire de l'astronomie — Wikipédia

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