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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Ser humano, voz faminta

 

Tanta força tanto grito
tanto tempo, tanto esmero
tanto cúmulo d’ansiedade
tanta sede, tanto medo
à procura da verdade
ermo do nosso degredo.

Ser humano, voz faminta
de sua própria vontade
a fazer do sangue tinta
a esgrimir dor e saudade

o tempo vai, passa, leva
o confiante sorriso
era apenas o instante
d’exemplar paraíso
nós atónitos paramos
olhos postos na montanha
onde pascem os rebanhos
saídos de nossa entranha
onde sonhos refreados
elevam último adejo
pra virem cair nos prados
das sentinelas de um beijo.

 

 





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