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sábado, 23 de dezembro de 2023

No antigo apara-louça De casa se minha avó

 

No antigo apara-louça

De casa se minha avó

Havia pratos azuis

Dessa cor que hoje não há

Não eram nítido  azul

Era um roxo desbotado

Com um brilho de encerado

Num convite ao doce-arroz

Mimo desse tempo fasto

De carinho, de ventura

O nosso maior esplendor

De olhos a gritar amor

Dilatação de ternura.

A vida distanciou

Esse velho aparador

Do que então era calor

Gesto do tempo presente

Agora aqui na distância

Sorrio pra minha infância

Pra tudo o que recebi

E devolvo à sementeira

O amor que a vida inteira

Verteu aos poucos em mim.

 

 

Marilia Gonçalves

 

 

 

 

 

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