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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

mordem as noites serenas.

 

Gazela na noite baça

esconde teu corpo na moita

enquanto a sombra que passa

ar fareja à tua volta.


tu que tão de manso

vens do fundo do caminho

a avançar sem descanso

como velas de moinho.


Gazela da inocência

a pisar a erva apenas

os olhos da inclemência


mordem as noites serenas.


Pudesses ter tu também

cruel força de viver

não haveria ninguém

que te pudesse vencer.


Mas a tua mansidão

a tua serenidade

são as armas que virão

voltar-se contra a bondade.

 

 


 

 

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