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domingo, 17 de dezembro de 2023

Mesmo se com laivos de vingança, Justo Julgamento dos PIDES ERA APENAS JUSTIÇA


 Mesmo se com laivos de vingança, Justo Julgamento dos PIDES SERIA APENAS JUSTIÇA!!

 

 

ALERTA 
O FASCISMO
E O NAZISMO MATAM
POEMA de Marília Gonçalves
ACUSO
Cavalo de vento
Meu dia perdido
O meu pensamento
Anda a soluçar
Por dentro do tempo
De cada gemido
Com olhos esquecidos
Do riso a cantar
Quem foi que levou
A ânfora antiga
Onde minha sede
Fui desalterar
Sementeira de astros
Que o olhar abriga
Por fora dos versos
Que hei-de procurar
Quem foi que em murmúrio
Na fonte gelava
Essa folha branca
Aonde pensar
Quem foi que a perdeu
Levando o futuro
Por onde o meu barco
não quer navegar
Quem foi que manchou
a página clara
Com água das sedes
Que eu hei-de contar
Quando o sol doirava
As velhas paredes
Da mansão perdida
De risos sem par
Quem foi que levou
Os astros azuis
Do meu tempo lindo
Meu tempo a vogar
Por mares de estrelas
Vermelhas abrindo
Quando minhas mãos
Querem soluçar
Não mais sei quem foi
só sei que foi quando
a noite vestiu o dia que era
E todos os sonhos
Partiram em bando
Fugindo de mim e da primavera
Mas há na memória
Da minha retina
A voz que se nega
A silenciar
Com dedo infantil
Erguendo a menina
Diante do réu
Em tempo e lugar!!!
 
com perfume de poema
Eu vou chorando meus versos
Lágrimas sangue a cantar
ignotos universos
vindos em mim desaguar.
 
 Marilia Gonçalves
 


 


Menina

felino ferido

se for preciso ataca

com violência ou com mel

com beijos ou com palavras

mas não se rendem as armas

que a menina tem na mão

um olhar de gato bravo

uma suspeita de medo

um olhar de amargo travo

nas dobras de que segredo

menina que de menina

não tem mais que a tenra idade

menina que nem ladina

menina

que nem saudade

menina, será  menina

ódio amor raiva ou loucura

que esconde tua expressão

sem pontear a ternura.

 

Marilia Gonçalves  

 

Horas amargas

horas sem conto

horas danadas

horas de ponto

  horas compridas

horas tardias

horas são vidas

mas fugidias

  horas felizes

horas perdidas

horas de crises

horas caídas

  horas de sono

horas de fome

horas dum dono

que as horas come

  horas pequenas

horas de dor

horas amenas

horas de cor

  horas passadas

horas sombrias

horas contadas

mas de agonias

  horas paradas

horas sombrias

horas contadas

mas de agonias

  horas sangrentas

horas de paz

horas cinzentas

horas atrás

  horas de esperança

horas futuras

horas tardança

mas de loucuras

  toada de horas

pra quem vos vive

não são iguais

vossas demora

horas tão curtas

pra quem se active

pró infeliz

mal dão as horas

  para a criança

cheia de ardor

levam as horas

ano a passar

mas para o velho

sem o frescor

passam e voam

sempre a bailar.

 

 Marilia Gonçalves  


 


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