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sábado, 23 de dezembro de 2023

Marítimos Pescadores

 

COMPANHEIRO AMIGO


Há anos, muitos tinha então apenas os meus 29, via na Ilha de Faro,

a cada tardinha os pescadores que partiam

numa reminiscência de velas e brim, quando afinal era um motor que 

os levava no bote mar adentro.

Por lá passavam a noite e de manhã eles aí vinham, com ou sem peixe, 

se trazendo os prateados filhos do oceano, dirigiam-se proa para a lota,

 caso contrario vinham rumo a casa com magra refeição para 

 uma família que disso vivia.

De tanto os ver partir e chegar, inevitavelmente imaginava-lhes 

a solitária noite, largando aparelhos, e recolhendo-os pesados,

 a força dos braços quando a força dos dedos lhes iluminava a 

labuta e o esforço

quantas vezes vendo os poentes desfazendo-se nas águas em fios 

de prata e oiro ou quando o amanhecer clareava o mar, t

ornando-o cor do chumbo escuro, às tonalidades diurnas e luminosas.

 

                                 Marília Gonçalves 

 

 



 

 

 

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