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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Eu morro, ao dizer Lisboa.

 

Acima do país e da infância
de tudo quanto fui e que passou
ultrapassar do eco que é distancia
cidade a navegar no mar que sou
desenham-se fragatas no olhar
de quem partindo nunca regressou
Lisboa a saber a mar
na sede que me ficou.
Atravesso tuas margens
meu rio minha juventude
cacilheiros e viagens
desses tempos em que pude
gravar na alma as imagens
No desferir de alaúde
fui levada na aragem
de vigor e de saúde.
Meu rio e minha cidade
o Tejo a espelhar canoa
espreita do alto o castelo…
Eu morro, ao dizer Lisboa.
 

 
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