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sábado, 23 de dezembro de 2023

cavalo alado

 

Deram-me cavalo alado

Mas de mito nada tinha

Era cavalo anafado

Ora voava ou corria.

Vivia sob uma árvore

Que dos mil frutos que havia

Escolhia sempre o mais belo

No brilho que o coloria.

Quando alta noite se ouvia

Murmurar o tredo mar

A espuma que então se via

Espelhava tons de luar

E o cavalo corria

Entrava em voo no mar.

Quando saía das vagas

Olhar a esplender de fogo

Trazia sobre as ilhargas

Versos sacados ao lodo.

Voltava ao sopé da árvore

E olhando os belos frutos

Nos versos a revoar

Despindo os versos do luto

Lançava a espuma do mar

.

Mas o cavalo sabia

A tarefa por cumprir

Ir espalhar em todo o Mundo

Os frutos a colorir.

E suas asas de noite

Agora cor do luar

Estrondeavam como açoite

Cada tom a matizar.

Ergueu voo sobre o Mundo

Das brancas asas abertas

Deixou cair ao mais fundo

Palavras sobre os Poetas.

 

Marilia Gonçalves

 



 

 

 

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