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segunda-feira, 11 de março de 2013

A poesia tem o dedo apontado



                                       A Praça, a Praça é do povo
                                       como o céu é do condor.
                                           CASTRO ALVES

Vem desce à rua
poeta meu irmão!
No mundo a plebe
continua
nua, vem
traz- lhe o teu poema-coração.

Lembra Castro Alves
verdadeiro!
Voz dorida, sincera.
Ele foi o primeiro!
Nós continuação
do que ele era!

São precisos versos d’emoção!
Versos pra despertar
a letargia de cada coração
vem prá rua cantar!
Recorda o menino que dizia
que a Praça era do Povo!
Tal como nesse dia
acordemos à voz da poesia
a Esperança, o Mundo Novo!

A nossa voz, irmãos de poesia
será circulação universal!
Românticos poetas, cada dia
terá de ser, semente triunfal!
Há senhores, escravatura
hoje diferente, agrilhoando a voz
o pensamento! A nossa gente!

Castro Alves virá à nossa frente
mostrar-nos a luta do presente!

Vem desce à rua
de braço dado    não temos medo
o sol ilumina-nos o dia
nos confins do degredo!

Escuta a voz
do poeta que em mim fala
espelho da tua voz!
Não é poeta aquele que se cala
poetas somos nós
que iremos avançando...
abrindo a noite
incendiá-la em luz!
Vencendo a lama atroz
que o mundo exala.
Para abrir céus azuis.

Vem! Vamos despertar a humanidade
em cada ser humano!
Atravessemos os campos a cidade
dia a dia, ano a ano!
Então nosso cantar terá sentido
Castro Alves condor
trás em versos o povo reerguido
saiamos do torpor.

Poetas:
nossos versos, o poema
tem seiva de vida secular
vamos quebrar aos povos a algema
que agrilhoa o pensar.
É chegado o tempo de outra luta
elevemos a Esperança
à certeza final que nos escuta
como atenta criança.
Unidos braço a braço, forte voz
faremos ecoar no infinito:
findou o reino do algoz
só ele é o proscrito!
Vamos abrir os cofres onde pão
sem serventia não tem outro valor.
Que repartido dê a cada irmão
a Dignidade, semente do Amor!

Voltemos a dar à poesia
a força da voz dos oprimidos!
Poetas saiamos para o dia
não queremos sofrimento nem gemidos!
Esse mundo fraterno que Jesus
ao mundo prometeu
será de Paz compreensão e luz
entre crente e ateu.

A poesia tem o dedo apontado
contra o usurpador.
Não queremos nunca mais o pão fechado
não queremos ver mais dor.

Poetas!
Castro  Alves está presente!
Vamos seguir-lhe o passo!
Nunca mais nos morra friamente
um irmão de fome, de cansaço.

É urgente mostrar à Juventude
a beleza do Mundo!
Acabando de vez com a torpitude
nós trazemos do fundo
humanos fraternos sentimentos
para cada criança!
o mundo pacifico criemos
fraterna luz de Esperança!

Então voltará a alegria
e o terceiro milénio
será enfim
o Mundo da harmonia
em nova transfusão de oxigénio!
Respiremos de paz!
Consciência justa
nada tem a temer
venha do mundo inteiro
a voz que faz
a nossa voz romper!

Do Grito Solidário e Futurista
o Mundo Vai Nascer.


                          Marília Gonçalves


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