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domingo, 22 de julho de 2012

Lágrimas- poema







   Lágrimas

Há um grito sem fim
 que me sufoca
preso ao mais fundo
que existe em mim
com largas folhas de nenúfar
no lago onde o  olhar é o jardim
    

volitam asas brancas desse sal
esculpido pelo tempo
presas a cada movimento
das agruras do vento.
Plumas de gelo e neve
Azuis tão brancas
Tão de leve
Que lembram faluas
Que voejam
Num voo breve.

Marília Gonçalves 
Julho de 2012 


(onde se inscreve e sobrepõe a morte do meu filho recém-nascido, em que por vinte minutos, abriu e fechou a boca, num esforço de sofrimento, para respirar sem que o conseguisse. Eu, a mãe, assisti aterrorizada e impotente a essa terrível morte  nos meus 20 anos e catorze dias,tão sofridos!

Marília Gonçalves