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sábado, 7 de abril de 2012

Poema Incrédulo


céu no Sul Da França


A todos sugeria bela flor
Mas era cardo que se escondia
Em cada pétala curvada
Em cada haste retorcida
Era tal qual o sol
Ridente e clara
Meu deus meu deus quanto engano!
Havia maldade rara
No gesto de cada ano.
Tão jovem era
Tão pura
Tão esfuziante de vida
Dir-se-ia que a ternura
Era lei de sua vida
Dela falava eloquente
Falava como ninguém...
Ai de nós se a boca mente
E se tudo é perversão
A que apoiar nossa mente
Entre a luz e escuridão?
Tanta dor!! Tanto caminho
De espinhos, de tojos cheios
E o mesmo riso de arminho
Num sorriso todo enleio

Por isso o grito calado
Que dilacera o canteiro
Onde a bonina crescia
Sonhando alturas de outeiro.

Marília Gonçalves

UM GRITO DE ABRIL

Inícios de um Abril tão escuro que só me resta o rubro grito