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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Travessia

 




Acima do país e da infância
de tudo quanto fui e que passou
ultrapassar do eco que é distancia
cidade a navegar no mar que sou
desenham-se fragatas no olhar
de quem partindo nunca regressou;
Lisboa a saber a mar
na sede que me ficou.
 
Atravesso tuas margens
meu rio minha juventude
cacilheiros e viagens
desses tempos em que pude
gravar na alma as imagens
No desferir de alaúde
fui levada na aragem
de vigor e de saúde.
 
Meu rio e minha cidade
o Tejo a espelhar canoa
espreita do alto o castelo...
Eu morro, ao dizer Lisboa.
 
 Marília Gonçalves

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