A Portugal
Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. ƒÉs cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não
Jorge de Sena
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sábado, 19 de fevereiro de 2011
Poema de Jorge de Sena
Poema a Carlos Paredes
Poema a Carlos Paredes
Guitarra que te tocava
Guitarra que te tocava
Cigarra fantoche grilo
enrolado sobre as formas
de teu irreal tranquilo
génio além de quanto som
de quanta alada visão
era o único! o teu tom
que elevava o coração
agora a tua guitarra
vai procurar tuas mãos
que nunca mais a agarram
ficamos orfãos! irmãos!
Marília Gonçalves
enrolado sobre as formas
de teu irreal tranquilo
génio além de quanto som
de quanta alada visão
era o único! o teu tom
que elevava o coração
agora a tua guitarra
vai procurar tuas mãos
que nunca mais a agarram
ficamos orfãos! irmãos!
Marília Gonçalves
SER HUMANO
"O Homem é um ser social. O Ser, capaz de viver isoladamente ou é um Deus ou é uma besta, mas não um ser humano."
Aristóteles
Revelações da poetisa Marília Gonçalves. Declarações recolhidas por D. Lacerda. Latitudes (Revista Bilingue de Literatura e Arte da Lusofonia)
Revelações da poetisa Marília Gonçalves. Declarações recolhidas por D. Lacerda. Latitudes
Aristóteles
Revelações da poetisa Marília Gonçalves. Declarações recolhidas por D. Lacerda. Latitudes (Revista Bilingue de Literatura e Arte da Lusofonia)
Revelações da poetisa Marília Gonçalves. Declarações recolhidas por D. Lacerda. Latitudes
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