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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

25 de Abril Sempre




25 de Abril Sempre

 Espasmo interior
 ou revolta fulminante
 qual o nome para a dor
 vinda do meu tempo infante?
 Algozes vis destruíram
 em feroz atrocidade
 os sorrisos que fugiram
 ao futuro da verdade.
 Antecedendo o dia luminoso
 eles mataram, feriram sem remorso
 da tortura fazendo intimo gozo 
curvando ao povo as almas e o dorso. 
 Mas a alma do povo é resistente! 
De humilhações de feridas de peçonha
 que lhes fechavam as portas do presente
 em crueldade bárbara, medonha: 
Ânimo erguido! Na luta, na arena 
na solidão feroz de cada cela 
desprezando o sarcasmo da hiena
 caindo em bando sobre uma gazela
 o povo foi erguendo em cada não
 a história portuguesa do futuro: 
fez luz nascer da escuridão!
 Um jardim nascia no monturo.

 Marília Gonçalves