Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

terça-feira, 3 de maio de 2011

à Humanidade



à Humanidade

As janelas transformaram
a paisagem donde vim
agitaram-se voaram
nas viagens que há em mim.

Frutificaram os rios
seiva estranha mineral
a desenhar os navios
na cidade de cristal.

Sobre a mesa adormecida
há sonhos por descrever
colheita tinta perdida
desejo de perceber.

Avanço devagarinho
na vidraça incandescente
o chão é rude maninho...

Um só traço é atropelo
de palavras a arder
neste contraste de gelo
que deixa aos poucos de ser.

Longínquo som me procura
vai aonde outros sons vão.
Mas meu grito é de ternura
misto de amor e de pão.

O meu grito universal!
Peço justiça somente.
Humanidade afinal
és filha de toda a gente.

Marília Gonçalves

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação