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quarta-feira, 30 de março de 2011

Para mim é extremamente doloroso...e para vocês?




Durmo mal, como mal, respiro mal, quando sei que um povo sofre,quando sei que bombas caem sobre um povo: quando sei um povo oprimido, privado de Liberdade, de Direitos essenciais ao Ser Humano, quando humilham um povo! E isto seja que povo for!!! horripilou-me sempre o que foi feito aos Peles Vermelhas, o que foi feito aos negros filhos de África: escravatura e colonialismo, aflige-me e revolta-me a ocupação de terras de outros, sejam quais forem e onde quer que sejam,pela força, quer seja militar, quer económica! por isso me insurgi, desde garota contra o colonialismo português, e era meu País e meu amor, Portugal, minha alegria de viver, minha espontânea gargalhada de luz! mas nunca lhe reconheci por isso o direito de oprimir e subjugar outros povos! Horripilou-me o nazismo, que matou e torturou Diferenças, Ciganos, Judeus, massacrados num horror indescritível, apenas por serem quem eram!
Ao longo de décadas, solucei por tanta vítima assassinada e todos esses mortos pesaram na minha consciência, modelando-a. Tornando-me quem sou! Contra tudo o que faz sofrer, contra todos os que em vão ou por cupidez fazem sofrer! Porque me desfaço em amor, por todos os Povos da Terra, porque cada um de nós partilha com os mais o mesmo trágico destino, duma tão bela aventura: A Vida! Porque cada um de nós, sabe e tem consciência da brevidade da existência! Por isso me sinto e sou solidária de todos os que sofrem e se erguem do seu sofrimento, para construir, com esforço  a sua Dignidade. Porque o silêncio diante do horror é um crime sem perdão, combato como sempre o fiz, tudo o que vai contra os princípios de Humanidade e Fraternidade!
Porque invadir e ocupar é um crime que atenta contra a essência primeira do Humano, privando-o do chão de seu berço, odiei o nazismo-fascismo, odiei todas as formas de colonialismo e ocupação e ponho minha voz ao serviço de quem sofre injustamente. Sempre o fiz! Por isso quando fui convidada par integrar o Movimento de Poetas del Mundo, aceitei e aceitei igualmente seus estatutos, em que me obrigava a por onde quer que ande ou passe, por onde quer que escreva ou fale, a defender quem sofre e a bater-me pela Paz! É o que vou fazendo ou vou tentando fazer, apesar de doente, mantendo-me assim fiel  a mim mesma e pelo menos, sabendo, que no momento da partida, não terei remorsos, por ter sido indiferente à dor de outrem! Acredito, como sempre acreditei, que a Fraternidade será possível, entre todos os Povos do Mundo, quando a cobiça e a ganância cessarem de reger os Seres pensantes que somos! Mas sei igualmente que vai ser um caminho longo...mas que vale a pena seguir por ele, porque muito embora, eu nunca lhe veja os frutos, o saber que um dia a Humanidade encontrará a linguagem limpa do Amor Fraterno, é-me recompensa de qualquer esforço e de quanta mágoa, possa ter colhido pela minha vida fora, pelas mais diversas razões (como qualquer outra pessoa).
Por cada Ser Humano, por cada Povo da Terra! porque de todos sou irmã... lutarei pela Paz e pela Fraternidade. 
Para isso, nasci, com sentimentos, pensar, consciência e voz.

Marília Gonçalves

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