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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Poder dos Artistas e da Arte



Um pouco de Pensar e de Sentir

Estou a trabalhar e em simultâneo escuto Jazz (baixinho) e a Música, adoça-me o coração magoado,
mas sinto ao mesmo tempo esta imperiosa vontade de me juntar a quantos se batem por um Mundo Belo, Fraterno, Justo, em que todos os que produzem, tenham o Direito à Alegria, a esquecer angústias e a viver Plenamente suas vidas numa perfeita Paz
Teremos que unir-nos todos, para que o Mundo da Bondade, espontânea, natural possa surgir!
Com toda a Beleza que há no Mundo, tudo o que faz sofrer é absurdo e não tem razão de ser!!!
convosco sempre
Marília




Ella Fitzgerald - Summertime

José Mário Branco - FMI

PERIGO

pare escute e olhe

FMI E MAIS BANCAS

E
ATT
A SEUS
LACAIOS




ATT PERIGO

FMI E EQUIPARADOS

à SOLTA









VOZES PORTUGUESAS


És Portugal e matas-me de fome

não dessa fome que matou Camões

Mas interior, que me consome come

Como câncer de minhas emoções.

Cantam em mim lembranças da infância

Que traída em ti floresceu

Cravos na minha dor

Flores na distância

Da primavera que Abril amanheceu.

Grito por ti e nunca me respondes

Desde menina semeei em ti

Esse sol que de mim escondes

E que só em ti vivi.

Portugal, esquecido de quem teve

Teu nome por bandeira, por batalha

E foi percorrendo a vida inteira

No abraço feroz de vã mortalha.

Esqueceste quem te amou, os que te deram

Sobre a renúncia de suas vidas

A luz da alegria que perderam

Em nome de estrelas perseguidas.

Tanto ser vil, em ti encontra abrigo

Mercenários sem lei e sem moral

Enquanto vais tratando em inimigo

Os que cantaram na noite, Portugal,

Tantos partiram... só, me vou quedando

A trepar a custo esta ladeira

Entretanto a dor vai fermentando

Sobre o sepulcro da minha vida inteira.

A humana paisagem que meu pai

Pintou nesse painel que foste um dia

Meu velho Portugal, morreu com ele

Longe da pátria para quem vivia.

E nunca vi em ti íntimo pranto

Nem grito de revolta te abalou

Enquanto em mim entrava o desencanto

Que com gélidos dedos me agarrou.

O clamor é vão e não respondes

Só minha mágoa segue indefinida

E a luz dessa resposta que me escondes

Vai consumindo toda a minha vida.


Marília Gonçalves