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terça-feira, 15 de junho de 2010

Ai povo! escuta a voz dos que andaram íntegros na escola da vida e do sofrimento




Vós que lá do vosso Império

prometeis um mundo novo,

calai-vos, que pode o povo

qu'rer um Mundo novo a sério.


Porque será que nós temos

na frente, aos montes, aos molhos,

tantas coisas que não vemos

nem mesmo perto dos olhos?



Que importa perder a vida

em luta contra a traição,

se a Razão mesmo vencida,

não deixa de ser Razão


Uma mosca sem valor

Poisa c'o a mesma alegria

na careca de um doutor

como em qualquer porcaria.


Sei que pareço um ladrão...

mas há muitos que eu conheço

que, sem parecer o que são,

são aquilo que eu pareço.


Morre o rico, dobram sinos;

Morre o pobre, não há dobres...

Que Deus é esse dos padres,

Que não faz caso dos pobres?


Eu não sei porque razão

certos homens, a meu ver,

quanto mais pequenos são

maiores querem parecer



Quando os Homens se convençam

Que à força nada se faz,

Serão felizes os que pensam

Num mundo de amor e paz.


Quantas sedas aí vão,

quantos brancos colarinhos,

são pedacinhos de pão

roubados aos pobrezinhos!



Se os homens chegam a ver

Por que razão se consomem,

O homem deixa de ser

O lobo do outro homem.


Eu não tenho vistas largas,

nem grande sabedoria,

mas dão-me as horas amargas

lições de filosofia.


O Homem sonha acordado,

sonhando a vida percorre...

e desse sonho dourado
,

só acorda quando morre
.


Quem prende a água que corre

É por si próprio enganado;

O ribeirinho não morre,

Vai correr por outro lado.




António Aleixo

em uníssono

TRISTEMENTE UNIVERSAL, este Poema poderia ser dito em uníssono por quase todos os povos do Mundo!
até quando?


CORDEL DA FOME

Apresentado por Gustavo Dourado como Trabalho no Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública 2001/2002
ONU/ESCOLA DE GOVERNO

Geografia da fome
É um livro universal...
Disseca a realidade
Da terra do carnaval...
Da sub-desnutrição
Via multinacional...

Josué lembra os Sertões
O Quinze, a Bagaceira
Vidas Secas-Lampião,
Patativa, Zé limeira...
Repente-Cordel-Cangaço
Xaxado... Mulher–Rendeira

Josué mártir–guerreiro,
A fome nos violenta,
Tortura a população
Desnutre desorienta.
Fome de Educação...
É oito ou é oitenta...

Mestre da geografia
Médico e pensador
Diplomata e filósofo
Cientista-escritor
Homem público-honesto
Inteligente-criador...

Foste profeta da fome,
Perseguido-exilado
Embaixador em Genebra,
Na ONU foi destacado...
Por sua capacidade,
Ao Nobel foi indicado...

Pobres homens-caranguejos,
Comendo lixo e lama...
Seres sem-terra, sem-teto,
Vítimas da grande trama
Tornam-se anões-gabirus
Sem escola e sem cama...

Humanidade faminta,
De amor, prazer e pão
Falta escola, falta paz...
Só não falta exploração
Falta o feijão com arroz,
Na novela da opressão...

Fome global no mundo
No Brasil: calamidade...
Desemprego-desgoverno
Subnutrem a verdade.
A fome devora a vida,
No campo e na cidade...

Fome histórico-geográfica,
Neste Brasil continente.
Devora o trabalhador,
Com salário deprimente.
Carcome a vitalidade
E a luz de nossa gente...

A corrupção impera
No coração do Brasil
Alibabás e lalaus
multiplicam-se por mil
Entregam o patrimônio
Ao estrangeiro hostil
Guaribas e Cearás
Vitimados pela fome
O terror massacra o povo
Analfabeto sem nome...
Gringos comem caviar
Lá em Londres e Maiame...

A fome assola a terra...
O Brasil de sul a norte
Saara... Afeganistão...
La fome é irmã da morte
Xangô Cristo Alá Tupã
Como fica nossa sorte?

O que será do Brasil?!
Tanta renda concentrada!
A fome matando a plebe...
Amazônia devastada...
O que será do planalto?
Terá luz na alvorada?

Até quando o descaso?
A grande massa espoliada
Trabalhadores com fome,
Sem salário, na estrada...
Sem-terra, sem esperança,
se alimentando do nada?!

A fome é um dilema
Neste país continente
Falta lastro e competência,
Pra elite dirigente,
Que mata o povo de fome:
Raiva dengue dor de dente...

Severinos retirantes,
Favelados na miséria,
Governantes! Olho vivo...
A situação é séria...
O povo já virou gado.
Nessa vida deletéria.

O povo vive inchado
por falta de nutriente...
O povo está calado,
Porém, não está contente,
Quer mudar o paradigma,
Da gestão incompetente.

Valei-nos Santa Quitéria,
São Cristóvão, São Joaquim,
São Lutero, São Calvino,
Na inquisição do fim...
Varrei a fome do mundo...
São Miguel, São Serafim.

Valei-nos Nossa Senhora,
Nosso Senhor do Bonfim
Minha mãe Aparecida...
O que é que será de mim?!
Com o salário congelado,
será que será o fim?!!

Valei-me meu Padim Ciço
São Pedro e São João
A fome devora o povo
Com tanta corrupção...
Impera dor no palácio:
Acuda... Frei Damião...

Lá na Vila Estrutural,
Sombria desnutrição,
Nos recantos-samambaias,
Nas favelas da ilusão...
Valei-me Santa Maria
E meu São Sebastião

Está na hora de mudar
Repartir melhor a renda,
Com aluno bem nutrido
Qualidade na merenda
Espero chegar ao dia
Que a fome seja lenda...

O latifúndio esfomeia
Traz o êxodo rural
Faveliza o cidadão
Dilacera o social
Reforma agrária urgente...
Grita a plebe marginal

Na luta, na resistência,
Zumbis e Conselheiros
Quilombos e contestados,
Nos Canudos brasileiros
Escreveram a História
Patriotas verdadeiros...

Exportam o alimento
Pra Europa-pro Japão,
O povo fica faminto
Comendo luz-ilusão
Maqueiam fome-novela
Mascaram na televisão...

Revolucionar o estado
E a nação transformar
Conquistar soberania
E a fome exterminar...
Fazer o povo feliz
“Cante lá, que eu canto cá” ...

Ao jovem Mestre Rodrigo
Nosso vate comandante
Aos colegas de Escola...
lutadores, sempre avante
Gente que combate a fome,
Faz Josué triunfante...

Vida na linha de frente,
Luminosa, radiante...
Amor, uma obra-prima,
Universal transmutante
A Arte nos alimenta,
Com a leitura de Dante...

A todos, nossa amizade...
E nossa admiração...
É preciso consciência
Em uma Nova Gestão...
Desejo paz e sucesso
Mundo em Revôolução...

Gustavo Dourado
www.gustavodourado.com.br