Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

quarta-feira, 17 de março de 2010

Gabriela Mistral CHILE AO POVO DO CHILE

A pátria é nos lugares onde a alma está acorrentada.
Voltaire



AO POVO DO CHILE

Gabriela Mistral


NOCTURNO

Padre nuestro, que estás en los cielos,

por que te has olvidado de mi!?

Te acordaste del fruto en febrero

al llagarse su pulpa rubi.

Llevo abierto tambiém mi costado

y no quieres mirar hacia mi!?

Te acordaste del negro racimo

y lo diste al lagar carmesi

y aventaste las hojas del álamo

com tu aliento, el que el aire sutil

y en el ancho lagar de la muerte

aun no quieres mi pecho oprimir.

Caminando, vi abrir las violetas,

el falerno del viento bebi

y he bajado, amarillos, mis párpados,

por no ver más enero ni abril.

Y he apretado la boca anegada

de la estrofa que ho he de exprimir.

Has querido la nube de otoño

y no quieres volverte hacia mi.

Me vendió el que besó mi mejilla,

me negó por la túnica ruin,

yo en mis versos el rostro en sangre

como Tu sobre el paño le di

y en mi noche del Huerto me han sido

Juan cobarde, y el Anjo hostil.

Há venido el cansancio infinito

a clavar-se en mis ojos, al fin;

el cansancio del dia que muere

y el del alba que debe venir;

el cansancio del cielo de estaño

y el cansancio del cielo de añil.

Ahora suelto la mártir sandália

y las trenzas, pidiendo dormir,

y, perdida en la noche, levanto

el clamor aprendido de Ti:
“Padre nuestro que estás en los cielos,

por qué te olvidaste de mi!?”

NOTURNO

Pai nosso que estás nos céus,

por que Te esqueces de mim!?

Te lembraste do fruto em fevereiro,

ao chagar-se sua polpa rubi.

Tenho aberto também o meu lado

e não queres olhar para mim!?

Te lembraste dos bagos escuros

e os destes ao lagar carmesim;

ao vento destes folhas cadentes,

com teu sopro nos ares sutis.

E no teu amplo lagar da morte

não queres meu peito oprimir?

Caminhando, vi abrirem-se as violetas,

o bom vinho do vento bebi,

e baixei, pálidas, minhas pálpebras

para não ver nem janeiro nem abril.

Apertei a boca sufocada

do verso que não hei de exprimir.

Feriste a nuvem do outono

e não queres voltar-Te para mim?

Vendeu-me quem beijou-me o rosto,

negou-me por túnica ruim.

Eu, em meus versos, o rosto em sangue,

como Tu, sobre o pano lhe dei.

E, em minha noite de Horto me foram

João, covarde, o Anjo, hostil.

Chegou-me o cansaço infinito

a cravar-se em meus olhos enfim,

o cansaço do dia que morre

e da aurora que deve vir;

o cansaço do céu de estanho

e o cansaço do céu de anil!

Agora, solto a mártir sandália

e as tranças, suplicando dormir.

E, perdida na noite, levanto

o clamor aprendido de Ti:

“Pai nosso que estás nos céus,

por que Te esqueceste de mim!?”



Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação