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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CATARINA


À memória de CATARINA



Meu trigal rosácea amena

Na planura sem confim

Alastra a tarde serena

No geométrico jardim.

Horizonte a germinar

Em agudizar da cor

Árvore erecta a evocar

Alucinação de amor.

Porém no teu solo alonga

Abjecta negação

Rubro sangue de paloma

Que apenas pedia o pão.

Ignóbil pra sempre quem

Ultraja afinal o nome

Que lhe deu no berço a mãe

Só porque alguém tinha fome.


Marilia Gonçalves




A noite do trigo

a fome do pão

cada puto antigo

a beber o chão.



Mordem searas

os sóis vagabundos

nestas pedras raras

que não parem mundos.



Espadas de neve

tornem minha mão

cornetim do ódio

desta negação.



Marília